domingo, 27 de julho de 2008

Pensamentos Inacabados

Por Julia Formis Giglio

Dizem que não é necessário ter grande dom para se escrever uma crônica. Pois eu acho isso uma enorme mentira.
O cronista tem sempre um quê de mistério, revela gosto pelas piadas do dia-a-dia, faz de tudo uma boa história, acredita em cada palavra que diz, é fã de suas manias e espectador dos seus momentos de criatividade. Sem contar na pouca e/ou falsa modéstia.

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Droga! Odeio quando a campainha toca e interrompe o fluxo de idéias, eles já são tão raros...
Ao menos dessa vez não foi inútil. Diferente dos inúmeros telefonemas anteriores, me assustaram, eram a cobrar, e agora é 1 da manhã, passada.

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Enfim, voltando.
Confesso que li tudo o que já foi escrito antes dessa data, e que cada palavra me serviu de inspiração. Por que eu não sou uma pessoa de talento nato (visivelmente). Sabe quando você precisa de um empurrãozinho??
Na verdade, acho que escrever (crônicas) é igual andar de bicicleta. Se não fosse o seu pai pra colocar as rodinhas, ou te segurar por trás do banco no dia em que você resolve tentar sem apoio, você nunca teria aprendido.
Mas como diz o clichê, aprendeu uma vez, nunca mais esquece. Por isso não se desaprende a escrever. E por isso, também, eu resolvi tentar (mas, por enquanto, ainda tem alguém segurando o banquinho).
De qualquer forma, hoje o dia foi de poucas palavras, e eu não sei ao certo sobre o que escrever.
Sem grandes confraternizações,
a casa está pacata e fria (gélida, eu diria),
os amigos não apareceram,
são apenas compromissos profissionais,
e falsidade.

É tão difícil saber sobe o que falar sem ser chata, redundante ou repetitiva. É legal ser diferente, eu não diria inovadora, por que seria muita pretensão.
Mas porque não informativa. Não, não, muito técnico.
Quem sabe, inédita. Um pouco audacioso da minha parte.
Acho que posso querer ser única. Ou própria. É, acho que sim.


Mas de que isso adianta? As palavras são sempre as mesmas, a ordem deve ser sempre direta e as idéias objetivas.
Quero ser prolixa, falar em círculos e não concluir minhas idéias.
Cansei, isso não é pra mim...

4 comentários:

Anônimo disse...

Finalmente hein! Sabe Julia, eu era um cético em relação aquela coisa de dom, mas agora que vejo minha criatividade definhando semana após semana sem saber o que escrever hahaha...pode ser que ele exista mesmo. (será que meu pai tá ocupado? hehe)

Paula Bastos disse...

É, vou dar uma de "mãe" orgulhosa e dizer que tem um dedinho meu nesse empurrãozinho!
Adorei, jubs!

Anônimo disse...

devo dizer que esse texto já está razoavelmente velho
mas fico grata por terem lembrado de postá-lo...
depois que ele foi escrito eu criei um blog
e percebi que para escrever é preciso dedicar um tempo e trabalhar em cima do que vc quer escrever
mas se vc escreve o que vc sente não precisa de inspiração
e isso é legal, apesar de ser um pouco piegas às vezes

enfim
continuo uma leitora assídua do "Vício Crônico" e parabéns a vcs que escrevem coisas cada dia mais legais e que estão cada dia mais próximos das 1000 visitas (aguardo a crônica comemorativa)

beijoss

grazi shimizu disse...

se algum pai tiver um tempo, também tô precisando de um empurrãozinho. :)
e de fato, esses meninos estão cada vez melhores. =)