quarta-feira, 9 de setembro de 2009
algemas
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
- que saudade da infância! -
quem ouvia as gargalhadas invejava
- que liberdade! -
brincavam à meia-noite
- que pais compreensíveis, brincadeira não tem hora -
pés descalços
- por situação (e condição) -
na rua, mexiam com todos
- que alegria! -
e já tinham até consciência,
respeitadores da lei anti-fumo,
tragavam seu cigarro no ambiente aberto.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Tempos de Imperialismo
Bauru, 22 de Julho. 47,5° C (na sombra)
..
terça-feira, 21 de julho de 2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
anáquiro
sinto que está acabando. faz quanto tempo? comemoramos alguma data há uns dois meses... desculpe, estou tão embriagado enquanto você me encara - também já sabendo que é o fim. não consigo lembrar de nada nesse momento.
você me pergunta o que iremos fazer e com as palavras uma lágrima escorre pelo seu rosto. sinto que devo interromper sua queda com uma mão enquanto a outra ergue suavemente seu rosto pelo queixo para que nossos olhos se encontrem e decidam entre si a resposta para a sua pergunta. com a coragem que falta em nossa fala, encontram um caminho que podemos seguir juntos e fazem um pacto, selado por meus braços que trazem você pra dentro deles e te conforta entre os soluços.
hoje eu sei que tudo acabou quando deixei aquela lágrima escorrer até encontrar o canto de sua boca.
e minhas mãos começaram a me incomodar. já não sabia o que fazer com elas enquanto você aguardava a minha resposta durante aquele instante que pareceu durar por anos. percebo que você não sabe para onde olhar enquanto esperava e começa a olhar para as minhas mãos que guardo nos bolsos de forma nervosa.
o movimento faz você olhar para mim com uma firmeza no rosto, cortado pelo rastro da primeira lágrima, que logo desmorona em mais pranto. de alguma forma você tinha encontrado a resposta em meu rosto.
você me abraça com uma desesperada força que eu não conhecia. eu fico imóvel, com as mãos ainda no bolso, já carregando essa frieza que me acompanha desde então. minha imobilidade acaba quando percebo que você vai se afastar e te seguro ali por mais um momento. com um braço na cintura e outro em seu pescoço. sussurro em seu ouvido novas promessas que não são as respostas que procura. antes de me deixar sozinho ali sentado, o último - e talvez o mais verdadeiro - beijo.
instantes depois, outro par de olhos expulsa lágrimas, que escorregam até encontar as suas em minha camisa borrada por sua maquiagem.
meses passaram e aqui estou novamente pensando em tudo o que aconteceu. preciso tirar essa angústia de mim. percebo que as garrafas vazias de nada valeram. preciso fazer isso de outra forma.
procuro loucamente pelo quarto um caderno.
terça-feira, 30 de junho de 2009
patofagia
o que acho é esse pedaço de papel, tão fragmentado quanto estão agora as ideias que tinha sobre o que escrever aqui. paro e tento entender se queria passar essas palavras para o papel, tentando me comunicar com alguém, ou se é apenas mais uma vez que escrevo por esse vício crônico de colocar os meus berros no papel e depois guardá-los na gaveta com canetas sem carga e maços amassados.
os pensamentos que não fluem me fazem colocar essa maldita música que me joga na cara tantas verdades. minha mão caminha sozinha para o telefone procurando o número dela na memória. enquanto a ligação chama, ela deve estar dormindo pela demora para atender, sinto o medo do qual fujo ao guardar minhas vontades na gaveta.
e ela atende dizendo o meu nome.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
11.10
quero saber onde foi parar aqueles sonhos que tivemos. aqueles planos que traçamos. aqueles momento que vivemos.
quero saber o que vou fazer sem aquela certeza de te ver numa noite de sexta. quero saber o que fazer sem aquela incerteza do que você acharia do meu novo corte de cabelo. sem aquela auto-cobrança de ser merecedor de dividir os dias contigo.
quero saber onde posso te encontrar. se você está atrás de mim em minhas lembranças. se você está ao meu lado na fotografia do porta-retrato. se você está na minha frente para que eu possa dizer, ao menos mais uma vez, o quanto preciso de você.