quinta-feira, 10 de julho de 2008

Filmes de Jim Carrey e minha vida - Parte 1

Já parou pra pensar se você realmente vive a sua vida?
Não, não estou escrevendo um texto de auto-ajuda sobre como você, mulher independente, ainda está presa a algumas algemas do machismo opressor.
Mas pelo menos na minha vida e em algumas outras vidas - que não são minhas, mas os donos delas me contam umas coisas – tem alguns acontecimentos tão absurdos que eu paro e começo a procurar a câmera, porque eu tenho certeza que sou o protagonista do meu Show de Truman. A produção me deixou ver esse filme só pra não desconfiar.
Eu pesquisei antes de escrever isso, e vi no orkut que outras 15 mil pessoas também acreditam ter seus shows. Por favor, me poupem. Se alguém se deu o trabalho de fazer dessas vidas um programa, não conseguiu grande orçamento e a ainda será cortado por falta de audiência.
Meu show tem um grande e ótimo elenco. E ele tem toda a grade de um canal de televisão em um único programa. A parte do drama é dividida em três frentes: a mexicana, a seriado teen e a clássica. A mexicana tem seu pé na comédia e geralmente é feita por um figurante e/ou personagem secundário num momento em que a lucidez foge de seu corpo. A seriado teen é mais comum, sempre envolve mais de duas pessoas e tende a se disseminar, é a que mais dura e todos irão rir disso anos mais tarde. A clássica, ah, a clássica. Essa é a mais fina, é o auge do drama, com direito a portas batidas, canções sob a chuva e corpos na lama.
Meu show também tem a parte ecológica, onde eu entro em contato com o verde deste planeta e sou atacado por animais ferozes como cachorros, morcegos, baratas e mariposas. Tem talk-show, é claro. Apresentações e concertos ao vivo. Hum, tem a parte da culinária onde preparo pratos excepcionais e, as vezes, recebo alguns convidados.
Mas nada disso supera a parte da comédia. Tem uma cena muito boa, eu acho que foi na décima nona temporada, onde resolvi jogar sinuca com um amigo. Chegando lá pergunto o preço da ficha e a moça me fala: “é um real”. Pedi duas fichas e entreguei uma nota de dois. Ela pegou minha nota e me devolveu duas moedas de cinqüenta centavos. Eu fiquei esperando ela me entregar as fichas pra falar que ela se enganou, que me deu o troco errado. As moedas eram as fichas. Eu comprei UM REAL por dois reais. [nesse momento rola aquela risadinha de fundo]
Comecei a escrever pensando em momentos engraçados, mas acho que cansei de rir de mim mesmo e isso já ta ficando longo demais.
A única parte fraca da grade é a jornalística e no final do ano, atores consagrados vestem-se de mendigos e cantam Roberto Carlos comigo.
Relendo o texto me deu vontade de assinar como Betina Botox.

Um comentário:

Paula Bastos disse...

Hahahha! Eu gostei do texto e é verdade...acho que todo mundo tem disso em sua própria vida. A minha, por exemplo, posso dizer que é drama, drama, drama!