quarta-feira, 23 de julho de 2008

Obituário

Também prestarei homenagem à Dolores Gonçalves Costa, mais pela atriz que pelo deboche. Lembro de uma entrevista sua, feita ano passado, saiu como reportagem especial no caderno Mais, nela descobri que Dercy era bem mais que xingamentos naquele estilo desbocado, aliás, sobre eles dizia: “Palavrão é corrupção, é tratar mal as pessoas, desonestidade etc.” Sábia Dolores; já escreveu Ruy Castro: “No ano de seu nascimento, 1905, o presidente da República era Rodrigues Alves. Seguiram-se 24 presidentes, três golpes de Estado, duas longas ditaduras, um suicídio, uma vacância por morte e um impeachment.”É mesmo bastante tempo.

Descobri ainda uma irmã sua, devem ter sido separadas no nascimento, não é possível. Sabem Giulietta Masina? Atriz e esposa do Fellini. Então:






Dercy é a com as plumas. (imprescindível distinção)
Seguindo viagem através do rio Aqueronte também está o pai da Regina Casé (Geraldo Casé). Triste, não é? Nem quando o sujeito morre retoma sua personalidade. Será sempre o pai da fulana, ainda mais (triste) se a fulana for Regina Casé. No tempo do Asdrúbal trouxe o trombone tudo bem, mas ultimamente, com programas tipo Muvuca ou aqueles na periferia, não dá né. Ela ainda atribuiu tudo que fez ao pai. Pobre, deve ter remexido até no caixão.

Essa semana a barca de Caronte vai cheia. A cada dia que ligava a TV era um assassínio cometido pela polícia no Rio (e no Brasil); às vezes eu até pensava que a programação estava sendo reprisada. Tal situação me lembrou aquela música do Chico: “Acorda amor”, “Minha nossa santa criatura...Chame o ladrão”. Que coisa, a Bossa comemorando seus 50 anos, no entanto, é outro samba que segue ao fundo; nada de praia, barquinho ou garotas pelo calçadão. Sei que o Rio de Janeiro não é só aquele dos telejornais ou novelas; que a visão que temos é alienada e esteriotipada etc; mas não é à toa que isso ocorre, não é verdade?

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