quarta-feira, 25 de junho de 2008

Um Dia de Fúria

A gente bem que tenta. Lembram do ditado: Deus ajuda quem cedo madruga? Mentira. Deus não ajuda nem mesmo os esfomeados na África. Como vai ajudar quem, simplesmente, madruga? Pois bem, no dia anterior a esse relato, o autor com toda boa vontade: correu atrás de tudo que precisava pra fazer um trabalho (e olha que nem última hora ainda era...): conversou com a fonte, arrumou material para embasar a entrevista (e ainda leu este material!), para conseguir um gravador emprestado teve que dispensar uma carona, assim teve de caminhar até sua casa, sozinho e desprotegido na escura, fria e perigosa noite da cidade. Chegou em casa, revirou os armários e arranjou um resto de farinha de fubá pra comer (o autor retifica a última afirmação, sua situação não é tão desastrosa assim... tinha janta.) e dormiu cedo pra acordar cedo no outro dia (o ditado, lembram-se?). No outro dia, o céu cinza anunciava um dia tenebroso, mas o ingênuo autor de nada suspeitou; o frio, o seduzia de volta para cama, mas juntou forças e prosseguiu. Tomou seu banho e café e já saiu de casa (tudo muito apressadamente, reparem nisto, será necessário para gerar a sensação do título no final). Antes de pegar um ônibus para faculdade precisava tirar dinheiro porque a tarde planejara comprar alguns livros. Isso feito: faculdade.


O pobre homem, que cedo madrugou, está nervoso pois chegou 15 minutos atrasado para a entrevista com a fonte, mas tal descuido é fruto do medo de não ter se preparado direito e falar alguma besteira para a estudiosa e, então, leu seu resumo (Sim! ele fez um resumo para uma simples entrevista!). Chegou, entrou no departamento, vozes familiares - um professor cunhado com um apelido do período jurássico-, frio na espinha, a entrevista era para um trabalho de sua disciplina... mas, tudo bem, a boa mulher estava uma sala antes de onde partiam as vozes. Estava tudo bem. Triste engano. A porta que deveria estar aberta, não estava. A sala apagada. A mulher não viera. Puto, o autor ficou. Mas logo o grilo falante veio lhe acalmar, ela pode ter saído, lembre-se: você chegou atrasado...Sim, poderia ser verdade, ainda não era justo condenar a pobre mulher ao último círculo do inferno onde Lúcifer congelado da cintura pra baixo, bate suas asas (ele era anjo...) para aumentar o frio do local, no qual os condenados cumprem sua pena... (essa parte é para os leitores cultos que lerem a Divina Comédia). O autor então decide esperar, pode ser que ela apareça... e senta-se num banco. Dez minutos e passa uma das secretarias da gentil moça: “Com licença, a professora já foi embora hoje?”, perguntou o autor supondo seu atraso a culpa de todo qüiproquó. “Não... ela me ligou agora de manhã e disse que só vem a tarde. Por quê?”. Foi o fim.


Sabe o filme do qual tirei o título? Aquela cena em que o Willian Foster (Michael Douglas) entra no “Mc Donald´s” com uma mochila de metralhadoras... Então, tive a mesma vontade.

5 comentários:

grazi shimizu disse...

o pior de toda a história é sair da cama com o frio que anda fazendo pra tomar um balão. haha
o vidinha besta que a gente tá escolhendo.. rs

Paula Bastos disse...

É, realmente eu também teria ficado furiosa e além da metralhadora, teria tido vontade de lançar bolas de boliche na cara da pessoa. Levar um bolo é uma das coisas mais horríveis do universo, ainda mais num frio desses.
Muito obrigada pelo que me escreveu. Fiquei feliz e dei um daqueles sorrisos de menina boba. Ah, Bordignon...essas nossas conversas dariam um bom livro de crônicas, huh?
Bjo

Anônimo disse...

Essa e a nossa vida epica: pouco tempo, poucos recursos, alguma boa-vontade que diminui a cada vez que a gente passa por esses percalcos. E depois ficam falando que a gente e vagabundo... A gente surta
(pra usar uma palavra que a gente costumava falar muito no primeiro semestre)

Anônimo disse...

Viva a Dalva!

=)

asuhsauashsa

grazi shimizu disse...

esqueci de comentar que deus realmente não ajuda em nada (mãos protegendo a cabeça caso ele resolva me castigar com um trovão).