domingo, 22 de junho de 2008

São Pedro Rock City

Por Daniel Gonçalves

Desculpe o trocadilho com a música do Kiss, Detroit Rock City, mas não achei título melhor pra essa crônica. É que minha cidade, a aprazível estância do bordado e dos hotéis-fazenda, São Pedro, teve seu primeiro festival de rock neste ano. A importância disso vocês saberão a seguir.

Aconteceu no fim de maio, depois do feriado de Corpus Christi. Como na maior parte das cidades do interior paulista, o cenário musical são-pedrense é o da tradição caipira. Esse gênero disputa a preferência popular com a roupagem mais americanizada de duplas sertanejas, com o pagode, funk e ultimamente com a música eletrônica também. Na cidade, sempre tem algum grupo desses ou DJ tocando no clube, na praça ou nos barezinhos. Mas não tinha nenhum espaço para o pessoal que gosta do velho roquenrrol e estava farto da mesmice, como eu. Bandas, até existem, mas nada de shows regulares, nem repercussão para os que aconteciam.

Então um conhecido meu da cidade, que tem uma banda, tomou uma atitude. Ele convenceu a secretaria municipal de cultura a realizar um festival gratuito com bandas amadoras, da cidade e de fora. Arranjou patrocínio, equipamentos e local para os shows. Eu fiquei sabendo desse festival pela minha mãe, que ligou pra mim quando eu estava em Bauru, na faculdade. Pensei: pode ser legal, mas tenho minhas dúvidas se vai ser bem organizado e se vai ter público mesmo e não um grupinho de pessoas que só têm pose de roqueiro. Bom, é ver para crer.

O festival tinha começado cedo, e meu irmão e eu chegamos ao lugar dos shows, o galpão da feira do produtor rural, depois do almoço. Justamente na hora em que uma banda legal lá de Atibaia estava no palco mandando um metal melódico, e a galera estava animada! Como gostamos desse gênero de rock em particular resolvemos ficar. Encontramos nossos amigos e ouvimos bandas de diversos gêneros, de punk a rock-retrô-estilo-inglês durante toda a tarde.

No final, revi meus preconceitos e vi que no público de um show de rock não existe essa história de “posers” e fãs autênticos. Todos estão lá curtindo a música e se divertindo igual. Fiquei surpreso e contente com a organização desse show. Que venham outros.

Um comentário:

Andrei Mosman disse...

Valeu pela matéria.

Ps: Patrocínio mesmo rolou pouco, somente algumas empresas e pessoas foram "firmeza" mesmo p/ patrocinar o evento.

Mas abrimos as portas, acho que nos próximos teremos apoiadores e patrocinadores.

Valeu mais uma vez pela matéria/post/cronica.

[]s Andrei (um dos organizadores)