quinta-feira, 19 de junho de 2008

Brasileiros e argentinos: los hermanos

A relação entre Brasil e Argentina pode ser definida como um tipo de neomaniqueísmo. Em quase todos os assuntos entre ambos, fica aquela sensação de luta entre o bem e mal, sendo que quem é o bem e quem é o mal fica definido de acordo com a pessoa - e entre o português ou espanhol que fala.
Mas o assunto desse texto é o jogo de ontem, claro.
A torcida brasileira dividida: quer que o time perca porque está insatisfeita com o treinador ou quer, mesmo que esse treinador ganhe força para manter-se no cargo, a vitória, afinal, é a Argentina.
A situação da torcida argentina eu desconheço, mas não acredito que eles estejam muito contentes, já que há anos não ganham nada.
Ontem eu tentei imaginar a torcida argentina tentando contextualizar a minha situação do lado de lá. Estava eu com alguns amigos vendo o jogo e todos incomformados. Frases como "Júlio Baptista? Júlio Baptista?", na Argentina seria "Julio Cruz? Julio Cruz?".
Brasileiros e argentinos estão em total sintonia, se confusão motivada por aumento de impostos está rolando por lá, aqui temos a CSS, nova CPMF, para cumprir esse papel.
Vou fazer uma confidência: comecei esse texto antes do jogo começar. Mas vendo aquilo, percebi que não tinha como escrever sobre rivalidade, sobre a beleza do futebol sulamericano, se no mesmo dia vi a seleção russa dar um show de futebol.
No fundo, brasileiros e argentinos são todos farinha do mesmo saco.

Um comentário:

Anônimo disse...

(Um comentário pedante)
Sabe companheiro Fabio, estou a ler "As veias abertas da América Latina" e cheguei a uma conclusão parecida com a sua, porém, mais abrangente: nós todos, latinoamericanos, somos iguais, desde a colonização ibérica até o neocolonialismo contemporâneo das multinacionais que ainda sugam os recursos da margem sul do Rio Bravo até as ilhas Malvinas.