segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Temos vagas

Dia quente. Depois do almoço bate aquele soninho e o cochilo no sofá se torna inevitável. As vozes dos atores vão se embaralhando com as vezes em sua cabeça e de repente o nada que é interrompido com a campainha que berra com histeria.
O olho mágico que nada ajuda mostra a silhueta de três pessoas em frente à minha porta.
Giro a maçaneta.
_ Pois não?
Eram dois senhores e um jovem e diziam ter visto o anúncio dos cômodos que estavam para alugar em meu apê. Os tempos estão difíceis, amigo. Preciso dividir um pouco as despesas.
Os dois senhores estavam interessados em dividir o passado que estava vago. Era um passado espaçoso, arejado, mas não muito iluminado. Toparam os valores e foi assim que o sr. Remorso e o sr. Angústia vieram morar comigo.
O jovem perguntou se ainda teria um lugar para ele. Expliquei que meu futuro, local onde cuidava de meus negócios, estava ocupado pelo cara que cuida desses meus negócios atualmente. É um sujeito estranho chamado Destino. Tem um senso de humor peculiar, nunca entendo as piadas que ele faz.
Falei também que estava apertado financeiramente, mas não queria dividir meu presente, disse que poderia dormir no sofá até conseguir um lugar. Ali não teria lugar para ele.
_ Como você chama mesmo, meu jovem?
_ Esperança, senhor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, seu a Sra. Saudade tivesse vindo junto...Ela sempre tem um sorriso doce, apesar dos olhos tristes. =)