sábado, 20 de junho de 2009

sobre jardins e lixos

Alan estava cansado. Queria olhar pela janela, mas sabia que a realidade por trás daquele vidro embaçado não iria agradar.
Não aguentou e deu uma leve puxada na cortina. Corre lentamente os olhos pelo gramado e lá estava ele novamente: o lixo. O problema do sujeito era que esse lixo não lhe pertencia, por algum motivo outros traziam os lixos deles para seu jardim.
As pessoas que ali passavam tinham como primeira imagem aqueles sacos de material em decomposição, o jardim de Alan não era sequer olhado pelos transeuntes. Ele ia até lá quando o Sol já não era mais o seu holofote natural, tirava aquele lixo dali, limpava o churume que corroia sua calçada e regava seu gramado.
No dia seguinte lá estava o lixo novamente e Alan já não agüenta mais isso. Por que as pessoas tinham que trazer mais lixo para alguém que já tem o seu? Por que cada um não cuida de seu lixo? Você produziu o seu lixo, por que eu teria que ficar com ele na minha porta?
A solução para Alan parece ser simples. Seu jardim não ficará mais à vista das pessoas. Irá erguer ali um muro alto, que esconda tudo dos outros. Não mais verão jardim ou lixo.
E Alan não terá que tratar com a podridão dos outros.

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