quinta-feira, 9 de abril de 2009

Incrível como os dias são iguais, mas não se repetem. Faço o mesmo caminho todos os dias para o trabalho. Encontro as mesmas pessoas. Dá até pra saber se estou atrasado, ou não, dependendo do ponto em que as vejo. E, cada uma, dentro de suas próprias singularidades e idiossincrasias são repetitivas. As pessoas, talvez, ao contrário dos dias, são diferentes, mas se repetem. Se repetem no sentido de que fulano e sicrano acabam por ser iguais. E, também, noutro de auto-repetição mesmo. Os mesmos gestos, as mesmas expressões, os mesmos jeitos, a mesma indiferença depois de tantos quase esbarrões e olhares acidentais, bom dias com sono e aquele meio-sorriso-sou-simpático-apenas-acabei-de-acordar.

Outro dia, por exemplo, eu estava com uma dor de barriga e as pessoas passavam por mim e não faziam Nada! Talvez minha cara não tenha expressado bem minha barriga (me reconheço como parte do todo), mas isso não as torna menos insensíveis e indiferentes ao sofrimento alheio.



Mas assim deve ser melhor, já pensou todo mundo se preocupando com você, que inferno seria? E pensando bem, ninguém pode ajudar alguém com dor de barriga. Talvez um remédio possa, ou se a pessoa for um santo fazedor de milagres. Mas dor de barriga é uma questão a ser resolvida ali, você e ela, sozinhos (parecida com a de cotovelo). Na verdade, eu acho até que me lembro, dia desses, de uma velhinha xingando um carro que espirrou água nela.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não perca o ritmo, moço. Não deixe de viver de sua literatura. :)

Gisela disse...

Não perca o ritmo, moço. Não deixe de viver de sua literatura. :)